quinta-feira, 19 de abril de 2012

Escola Municipal Barro Branco

 

A Escola Municipal Barro Branco foi inaugurada em 24 de agosto de 1987, como resultado da luta da Associação de Moradores para que a comunidade conseguisse a sua primeira escola pública. O que devemos destacar é que o nome da escola não poderia deixar de ser o da comunidade, tendo em vista que a mesma contribuiu significativamente para essa referência de espaço público na localidade. Inicialmente direcionamos o trabalho pedagógico aos familiares de alunos efetivamente matriculados na escola, como forma de possibilitar as condições concretas para a participação e acompanhamento destes, na vida escolar de nossos alunos e na construção da proposta pedagógica da escola. Nos arquivos desta escola estão registrados, de forma muito clara, os pilares sobre os quais se assenta o trabalho que vem sendo desenvolvido: o estudo, a formação continuada, o trabalho coletivo e a gestão compartilhada. A escola, pelo trabalho que realiza, vem sendo procurada por diversas instituições superiores de ensino, com a finalidade de funcionar como campo de pesquisas acerca de variadas temáticas de estudo, tanto para monografias, nos cursos de graduação, como para dissertações de mestrado e teses de doutorado. Acreditamos que a forma de gestão faça a diferença, pois, na direção compartilhada, os problemas, de qualquer ordem, são levados para o grupo. Há um esforço coletivo de buscar a integração do trabalho educativo, baseado no princípio de efetivar a escola em seu caráter verdadeiramente público.


A importância do Portfólio eletrônico na formação de professores

      Nos dias atuais, muito se tem falado em romper com as barreiras do tradicionalismo. Não é raro haver nas nossas vivências acadêmicas, debates sobre aquilo que aprendemos em sala de aula (como alunos de pedagogia) e aquilo que praticamos também em sala de aula (como professores). Esse debate realmente se faz necessário, uma vez que a realidade das salas de aula é bem diferente do que temos visto na teoria. Ficam então os seguintes questionamentos; como colocar em prática o que aprendemos? Como romper de fato com o tradicionalismo que infelizmente ainda é reproduzido? E é através das minhas impressões sobre esse assunto que faço essa postagem.
         Tenho notado no decorrer do curso de pedagogia que há um grande esforço por parte dos professores acadêmicos em promover ações que nos levem a refletir sobre as nossas futuras práticas enquanto futuros educadores (e alguns já exercem a função de professores, o que não é o meu caso) e uma dessas ações dizem respeito à problematização da avaliação. Analisando de maneira crítica a questão da avaliação percebo que no decorrer dos anos ela tem sido usada como meio de classificação, exclusão e porque não dizer, de reprodução e reafirmação de ideologias das classes hegemônicas?
      Percebi através do texto analisado que devemos passar da avaliação classificatória para a avaliação formativa. A avaliação formativa surge com o intuito de construir novas alternativas de avaliação e como exemplo disso discutimos sobre a importância do portfólio eletrônico.
      Através da avaliação formativa os professores podem estar constantemente reavaliando suas práticas, a fim de encontrar a melhor forma de ajudar seus alunos a sanar as dificuldades de aprendizado. A avaliação formativa também contribui para orientar o aluno, pois ele pode perceber o que de fato tem aprendido o que não tem aprendido e como ele pode corrigir tais erros etc. Segundo o professor Ivanildo Amaro de Araújo (ano, p.174) a avaliação formativa requer que as atitudes, os comportamentos, as visões sejam transformadas. Assim, os “erros” dos alunos não são elementos direcionadores da punição, da repreensão. É baseado nessa concepção que se insere o uso do portfólio eletrônico.
      É interessante como nós seres humanos (ou talvez nós brasileiros) temos a tendência de naturalizar tudo sem ao menos questionar, porém com o passar do tempo, tenho aprendido que é preciso problematizar ainda mais as relações que são estabelecias no âmbito escolar e olhar com olhar crítico aquilo que as vezes passa por natural. A regra que se estabeleceu é que devemos ser avaliados pelos outros e não por nós mesmos, talvez por isso achamos estranho o fato de nós mesmos nos avaliarmos. Daí a importância da construção do portfólio eletrônico, pois através das reflexões produzidas por nós mesmos é que amadurecemos ideias esclarecemos questionamentos e passamos de meros ouvintes a observadores nos tornando participantes da construção do conhecimento e além disso, passamos a nos auto-organizar.
      O portfólio eletrônico nos leva ao pensamento crítico e nos incentiva a utilizar e dominar diversos recursos digitais, etc. Em fim o portfólio nos permite demonstrar descrever e registrar todo o nosso processo de desenvolvimento, assim como as nossas experiências, sejam elas boas ou não tão boas, afim de, através da auto-avaliação aprimorarmos a cada dia o nosso conhecimento.  


terça-feira, 17 de abril de 2012



  

IX Ciclo de Debates
Formação de Comunidades Leitoras na periferia
Diálogos: E. M. Barro Branco/FEBF.
Dias 11,12 e 13 de abril de 2012-04-16

Formação de Comunidades Leitoras na periferia:
A articulação da dimensão pedagógica e política no acesso à leitura




Objetivos do evento:

Refletir em que medida as políticas publicas de incentivo a leitura tanto a nível nacional, quanto a nível municipal, tem contribuído para a autêntica formação de um cidadão leitor;

Promover atividades junto aos responsáveis doa alunos, em que a leitura seja legitimada como fonte de conhecimento e prazer;

Proporcionar momentos de reflexão sobre a importância da leitura como eixo estruturante da formação humana:

Reconhecer como legítimas as múltiplas linguagens que permeiam as práticas leitoras;


 A leitura se faz com as múltiplas linguagens

Painel da sala de leitura da E. M. Barro Branco
confeccionado pela professora Carla


      Nos dias 11,12 e 13 de abril de 2012 foi realizado no auditório da FEBF o IX Ciclo de Debates Formação de Comunidades Leitoras na periferia, realizado pela E. M. Barro Branco em parceria com a FEBF.
      Como foi proposto, realizamos uma breve entrevista com Pedro Paulo Brandão Corrêa (Di Brandão) que estava presente na programação como convidado e a Orientadora Educacional da Escola Municipal Barro Branco Nádia Simões de Aquino.
      Nesse dia estiveram presentes pais professores e alunos. Achamos interessante o envolvimento dos pais nesse projeto, pois estavam presentes em grande número.
      O evento nesse dia em questão (dia 12 de abril), contou com a apresentação de uma peça que falava um pouco sobre a vida de Cecília Meireles. Essa representação ficou por conta dos alunos do 3º ano. Logo após, participamos de uma palestra com a palestrante Maria Dolores Coni Campos, (Pedagoga e Mestre em Educação pelo Campo do Cotidiano em Educação da UFF) que trouxe para nós sua vivência como educadora, suas experiências e sua paixão pela leitura.  
      A programação em si mostrou a importância da leitura na formação do sujeito, e também trouxe uma reflexão sobre as múltiplas linguagens.


Alunos da E. M. Barro Branco

      O projeto tem como objetivo trabalhar e investigar até que ponto a leitura em família influencia a aprendizagem na escola.
     Segundo a Orientadora Educacional Nádia Simões, algumas mudanças já estão sendo percebidas nos pais desde a implantação desse projeto na escola, pois eles passaram a se envolver mais com a escola e dar mais importância a leitura. Os pais passaram a incentivar seus filhos a ler em casa, “porém ainda enfrentamos alguns desafios, pois ainda há uma grande dificuldade por parte dos pais em entender, aceitar e valorizar as diferentes formas de leitura" Diz a orientadora.
Trecho da entrevista realizada
com a Orientadora Educacional
Nádia Simões



     No decorrer do curso de pedagogia temos entendido a importância dos diferentes tipos de leitura no desenvolvimento do indivíduo e esse debate promovido pela E. M. Barro Branco nos proporcionou uma prazerosa manhã, onde entramos em contato com dois diferentes tipos de leitura, as historinhas e a pintura. 
Conhecemos também pessoas apaixonadas pela leitura e pelo desenvolvimento do ser humano, educadores que incentivam seus alunos a buscarem mais para poder se desenvolver e criar. 


Obra do artista
Di Brandão

      De acordo com Pedro Paulo Brandão “todo ser humano é um ser criador o que às vezes falta é o incentivo e a oportunidade. É necessário valorizar o ser humano”. E foi através da pintura que esse artista no ano de 1996 mostrou aos seus alunos como a arte, o desenho, e a pintura podem influenciar de maneira muito positiva o aprendizado, pois existe uma relação entre o ato de desenhar com a linguagem falada e escrita. Pedro Paulo diz que através da pintura (traços), por exemplo, a criança entra em contato com a geometria, aprende o nome das cores antes mesmo de saber escrevê-las etc.

Pedro Paulo Brandão Corrêa Brandão (Di Corrêa)
Desenvolveu suas técnicas de pintura devido ao trabalho
que realizava como voluntário na E. M. Barro Branco
em Duque de Caxias.

Inicialmente Di Brandão ministrava aulas de geometria e reciclagem 
com os alunos da 4ª série e que teve continuidade 
com aulas de desenho e pintura para crianças surdas da mesma escola.


2º Trecho 
Considerações Finais







  


quarta-feira, 11 de abril de 2012



Debate 2

Minhas reflexões sobre o texto de Suely Amaral Melo:
O Processo de aquisição da escrita
na educação infantil
Contribuições de Vygotsky


      Ao analisar o texto sobre o processo de aquisição da escrita de Suely Amaral Melo, podemos encontrar muitos argumentos que mostram que o que se tem feito na educação infantil e no ensino fundamental tem se tornado ultrapassado diante de tantos conhecimentos novos. É através de pesquisas e estudos baseados nas teorias de Vygotsky que podemos compreender que o desenvolvimento da criança é constituído por fases e é preciso respeitar tais fases dando a criança oportunidades de desenvolvimento.
      A partir do momento em que entramos em contato com esses novos conhecimentos passamos a reavaliar nossas práticas pedagógicas e percebemos então, que ao ensinar, estamos fazendo isso de maneira automática e levando nossos alunos a também aprenderem a escrita de forma automática, ou seja, a criança aprende a escrever sem entender o que escreveu e para que escreveu.
      Outro ponto extremamente importante que a autora nos trás é o fato de estarmos antecipando já na educação infantil a escolarização da criança, fazendo com que ela entre em contato muito cedo com as práticas mecânicas da escrita, sem levar em conta que nessa fase a criança deveria estar brincando.
      Existem diferentes tipos de linguagens e as brincadeiras, os gestos, as atitudes, as atividades de livre expressão e etc. são tipos de linguagens que antecedem a aquisição da escrita. Atividades como, desenho, pintura, teatro de fantoches, música, jogos, modelagem, brincar de faz-de-conta, dança, contar e reproduzir historinhas são essenciais para a formação da identidade, da inteligência e da personalidade da criança. No entanto, em algumas instituições essas atividades vêm perdendo espaço na educação infantil, quando na verdade, elas deveriam estender-se até o ensino fundamental.
      Nota-se a importância de realizar as atividades da educação infantil também no ensino fundamental, porém para que isso aconteça é preciso que haja uma mudança nas mentalidades dos pais e até mesmo professores, pois alguns acreditam que tais atividades são inúteis e que o mais importante é que a criança entre em contato com o modo sistemático da escrita de maneira precoce, porém, quando falamos em educação infantil e ensino fundamental não podemos esquecer dos processos de desenvolvimento da criança e também não ignorar suas fases.
      Como citei acima, quando falamos em educação infantil e ensino fundamental precisamos conhecer e respeitar as fases do desenvolvimento da criança e não há como abordar esse assunto sem pensar sobre as concepções de Vygotsky. Esse  autor trouxe grandes contribuições para a área educacional e é baseada em suas teorias que a autora faz sua crítica ao processo de aquisição da escrita. Vygotsky nos mostra que o conhecimento que adquirimos é proveniente das relações que estabelecemos com o outro. Nós nascemos com as nossas funções biológicas básicas e é a partir dessas relações com outros indivíduos que nos tornamos seres sociais, ou seja, passamos a fazer parte de um “grupo”.
      A escola deve oferecer oportunidades para que a criança sinta-se parte desse grupo, promovendo a interação entre as crianças e é através dessas interações e relações que entram atividades como  brincadeiras, jogos o faz-de-conta, pintura e etc. Tais atividades devem ser mediadas pelo professor, pois, elas precisam ter propósitos e ensinar valores, por exemplo, ao contar uma historinha o professor pode ensinar a criança que mentir e desobedecer pode trazer conseqüências ruins. Os jogos podem ensinar a criança que existem regras que ela deve seguir, além disso, ela deve esperar a sua vez, e entender que nem sempre se pode ganhar.
   Sendo assim, chego a conclusão de que ensinar a escrita sem fazer uma reflexão crítica é reproduzir os valores da cultura da dominação, pois ensinar, implica em repassar valores. Esse é um dos nossos desafios, criticar e colocar em prática tudo o que aprendemos com teóricos como Vygotsky e tantos outros. Outro desafio é olhar a escola como espaço fundamental para impulsionar e estimular de maneira saudável o desenvolvimento dos conhecimentos ainda não assimilados pelas crianças. Nós, enquanto futuros devemos buscar elementos que nos ajudem a compreender o processo e as condições de apropriação da escrita, além de estar atentos ás práticas pedagógicas e assim não reproduzir a forma mecânica como é apresentada a escrita ás crianças.
   
Diferentes tipos de linguagens:

A dança e a música estimulam a percepção e desenvolve a sensibilidade, o raciocínio, a concentração, a memória a coordenação motora etc.


Foto retirada da internet

O desenho e o faz-de-conta antecedem a aquisição da escrita 

É através do desenho das coisas que a criança desloca-se para o desenho das palavras. Essa transição deve ser feita de maneira natural e após esse entendimento aperfeiçoar o método da escrita



Foto retirada da internet

O faz de conta faz com que a criança desenvolva a sua imaginação e aprenda a pensar e ser criativo


Foto retirada da internet

Ao ouvir uma história a criança imagina a situação, como se estivesse lá. Em seu pensamento ela faz uma imagem mental dos personagens. Isso faz com que a criança desenvolva seu raciocínio crítico, podendo tomar cerotos exemplos em seu dia a dia.


Foto retirada da internet

O conhecimento que adquirimos é proveniente das relações que estabelecemos com os outros indivíduos.


Foto retirada da internet

Alguns exemplos:

Podemos pedir aos alunos que eles mesmos confeccionem
 pastas com o material que eles tem em casa e que coloquem seus desenhos dentro delas e assim promover uma exposição de desenhos para que eles possam mostrar a toda turma.



Pedir para que os alunos tragam fotos de casa (com a autorização de seus pais) e em seguida façam desenhos deles mesmos dizendo como eles são, o que gostam de comer, qual a sua brincadeira predileta etc.  




 Podemos confeccionar bonecos com jornais e retalhos e contar historinhas usando os fantoches que eles mesmos fizeram com suas mãos.



      É importante deixar claro que esses exemplos de atividades não podem ser realizadas com o intuito de saber quem  desempenha melhor aquilo que o professor propõe, mas sim, dar oportunidade para que a criança possa se desenvolver e se expressar de maneira livre.