segunda-feira, 26 de março de 2012

 Linguagens infantis outras formas de leitura

Reflexão sobre o texto: 

Linguagens infantis outras formas de leitura


Imagem  retirada da internet

"Não há mal em alfabetizar. O perigo está nas razões pelas quais se deve alfabetizar" 


      O texto Educação infantil e cultura escrita, condena de maneira clara os modelos de educação que faz com que o indivíduo se acomode e se adapte as lógicas de dominação e de maneira crítica, tenta desvincular algumas concepções erradas a espeito da real função da escrita. Essas concepções com o passar do tempo continuam sendo difundidas e repetidas na área da educação e muitas vezes não nos damos conta disso. Se fizermos uma reflexão sobre a função e o objetivo da escrita, chegaremos a conclusão que, só o fato de um indivíduo saber ler e escrever não o faz estar inserido na cultura da escrita, pois ele pode estar apenas reproduzindo o que vê de maneira mecânica, sem contudo atribuir um sentido ao que esta lendo.
Destaco alguns pontos do texto que julgo ser importantes:
      Quando perguntamos a alguém qual é o objetivo da escrita é comum pensar que a sua função é a comunicação, porém originalmente a escrita não tinha esse papel. A escrita servia para atender a certas necessidades de fluxo de comércio etc, sendo usada como objeto de poder. Sendo assim, as classes dominantes é que tinham acesso a escrita. Hoje a escrita exerce a função de comunicação, mas não somente isso. A escrita serve para a manutenção de normas, a reprodução de ideologias, etc.
          A escrita também tinha a função de expandir a memória, ou seja, com o surgimento da escrita, surge também uma nova maneira de fixar os pensamentos, assim as informações deixaram de ser gravadas somente na memória.
      Como o próprio texto nos mostra, não há mal em alfabetizar. O perigo está nas razões pelas quais se deve alfabetizar. Desta forma é apresentado duas formas alienantes. O pragmatismo pedagógico e a posição elitista conservadora. Destaco aqui o pragmatismo pedagógico que padroniza o comportamento do indivíduo de manira que ele não questione e não tenha autonomia, além de incentivar a competitividade, preparar indivíduos para o mercado de trabalho, etc.



Imagens  retiradas da internet

       Ao ensinar a escrita não podemos esquecer o seu caráter ideológico. Devemos contextualizar e olhar de maneira crítica as nossas práticas educacionais, afim de não reproduzirmos essa dominação e alienação que vem incutida nas propostas que visam ensinar a escrita a toda a população.
      Tanto o texto citado acima, quanto o texto de Maria Cristina Rizzoli, podemos perceber o esforço e interesse em criar métodos que levem em consideração as múltiplas linguagens.


Debate 1

Reflexão sobre o texto de Maria Cristina Rizzoli :
Leitura com letras e sem letras
na educação infantil do Norte da Itália  


       Maria Cristina Rizzoli fala a respeito dessa múltipla linguagem estacando que as crianças dês de cedo apresentam várias formas de leitura. As brincadeiras são exemplo disso.


Imagem  retirada da internet
  

       As crianças antes mesmo de serem alfabetizadas (falo da maneira convencional), já são capazes de organizar pensamentos.
     A autora aponta alguns motivos pelos quais as crianças apresentam algumas dificuldades em relação a linguagem. Um deles estava ligado ao fato de as crianças passarem muito tempo em frente a tv. Outro fato era a ausência de um adulto que as estimulassem a ler.


Imagem  retirada da internet

      Podemos perceber através desse estudo a importância ao incentivo a leitura antes mesmo que a criança fale ou seja alfabetizada.
    O contato com os livros e a leitura de historinhas trás um resultado extremamente positivo na aprendizagem. É através do livro que a criança estabelece relacionamentos e tem a sensação de pertencimento ao grupo. É através das histórias que a sua curiosidade é aguçada, é nas histórias que acriança fantasia. Quando se é contada uma história a criança desenvolve a capacidade de ouvir. Isso leva a criança a se concentrar no que é falado.
       A criança que entra em contato ainda bem pequena com os livros e as histórias mesmo sem saber ler adquiri curiosidade e familiaridade com o hábito de ler.



     Nós enquanto educadores devemos proporcionar ambientes favoráveis de desenvolvimento e estimulo ao gosto pela leitura. Devemos ensiná-los a amar os livros e desenvolver nos pequeninos o desejo de ler, aprender indagar, criar e crescer.           










O caderno


Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a bá
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa a montanha
Duas nuvens no céu
E um Sol a sorrir no papel...
Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se o seu pranto molhar o papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando subirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel...
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado
Se lhe dá prazer...
Só peço á você
Um favor se puder
Não me esqueça num canto qualquer...
(Toquinho)


Imagem  retirada da internet


      Essa música com certeza fez parte da nossa infância, pois descreve de uma maneira muito simples e verdadeira, as fases pelas quais passamos, Infância juventude e porque não a vida inteira?
        Penso que ao fazer referência ao caderno, ele está fazendo menção a importância da escrita dês de a alfabetização e como  ela irá nos acompanhar por toda nossa vida.
        A letra fala que é importante sempre lembrarmos de cada fase pelas quais passamos e nesse caso a escrita é que se encarrega de registrar.
       Na fase infantil, o caderno não serve apenas para descrever as primeiras letrinhas, mas para desenhar e expressar a nossa criatividade.
        Mais tarde o caderno serve não apenas para registrar nossa vida escolar, mas também serve como confidente. Lembro-me de ter guardado até pouco tempo os meus primeiros caderninhos, os meus diários, minhas provinhas, cadernos de versos e desenhos. Eu tinha até um caderno cheio de poemas e nele havia cartas para a minha mãe e minhas professoras, Eliane e Isabel. Amava escrever poemas para elas dizendo o quanto eu gostava delas. Fazia desenhos e reescrevia as historinhas que elas contavam.
      Não posso esquecer do diário que eu tinha e nele contava segredos, mas por mais que eu o escondesse, minha mãe sempre achava e lia.



Exposição Fernando Pessoa. 
Centro Cultural dos correios ano de 2011.


        Hoje, aos 31 anos ainda tenho o caderno como companheiro. Gosto de escrever, tenho muito que aprender e acho que ainda terei muitas histórias para contar.     




 Memórias da minha infância
        
Eu, minha mãe (nosso exemplo), Giselle
e Mônica


      Falar da minha infância é falar de saudade. Saudade de um tempo muito bom, que infelizmente não volta mais, pois o tempo passou e com ele chegaram muitas cobranças e responsabilidades, mas a vida é assim mesmo. 
       Lembro-me muito bem das brincadeiras no fim de tarde, em frente a nossa casa. Meu irmão Bruno ainda não havia nascido e eu e minhas irmãs, Mônica e Giselle nos juntávamos com a turma para pular amarelinha, jogar queimado, pique bandeira e esconde-esconde. Essas eram nossas brincadeira preferidas. De vez em quando a gente se estranhava, mas logo ficávamos de bem. Coisas de criança.
      Eu era a mais velha das irmãs e achava que mandava nelas, isso rende até hoje protestos por parte delas e boas histórias, pois sempre que nos reunimos elas contam isso aos seus filhos.
     Por ser a mais velha, as vezes não participava das brincadeiras que elas inventavam, isso porque me sentia muito "adulta" para brincar com elas (coisas de irmãos mais velhos), porém me divertia muito assistindo o circo da família Gomes, um circo que na imaginação delas um dia seria famoso. É claro que as donas, apresentadoras e artistas desse circo eram elas mesmas.
      Nesse circo, minhas irmãs subiam nas goiabeiras do quintal e fingiam ser equilibristas, pintavam o rosto e imaginavam ser palhaças. Era muito bom!
      O crico tinha um público não muito grande, mas para elas era o suficiente para fazer a maior farra. O quintal ficava cheio com a criançada lá da rua e minhas irmãs tinham até fãs, a Tatiane e o Thiago. Eles não perdiam os "espetáculos" por nada nesse mundo. Nós nos divertíamos muito. Era uma bagunça só.
      Pela manhã bem cedinho nós íamos para a escola, eu não gostava de faltar um dia se quer, amava minhas professoras e até hoje não esqueço o nome delas, professoras Eliane e Isabel. Elas eram as minhas preferidas, pois tinham um jeito todo especial de dar aulas. Para mim eram as mais lindas de toda a escola e eu queria ser como elas.
      O que mais me lembro dessa fase escolar eram as brincadeiras de roda, das aulas em que tínhamos que desenhar e as historinhas que elas contavam. Eu sempre me imaginava como as princesas da história, tudo era mágico, eu viajava sem sair do lugar, pois quando somos criança não precisamos de muita coisa para sermos felizes, a imaginação nos basta.
      É maravilhoso o modo como muitas coisas boas vieram a minha lembrança, inclusive os valores e princípios que a nossa mãe nos ensinava. Valores esses que nos acompanham até hoje e são eles que não nos deixam esquecer o quanto minha mãe lutava para nos criar sozinha. Essas lembranças me fizeram entender que preciso pôr em prática algumas coisas que as vezes ficam só na teoria. Por exemplo, a correria da vida não pode nos fazer esquecer do bem mais precioso que existe que é a nossa família. As lutas para alcançar os nossos objetivos não podem tirar de nós o desejo de estarmos juntos e as vitórias que alcançamos não podem nos fazer esquecer as nossas origens e os nossos valores.
      Ao escrever esse texto me deu vontade de voltar ao passado, onde cada cheiro, cada canção, cada brincadeira, todos os amigos, tudo era muito especial. Percebi que quando somos criança podemos ser e ter o que a gente quer, pode estar e ir aonde a imaginação nos levar.
    Ser crianças é transformar um lençol em picadeiro, uma simples goiabeira em trapézio. Ser criança é acreditar que a maquiagem da mãe é pintura de palhaço. Qualquer coisa é motivo para sorrir e festejar.
  Quando somos criança, não temos medo de dizer que não gostamos de alguma coisa, mas também não hesitamos em dizer que gostamos. Não guardamos mágoa nem escondemos os nossos  sentimentos. Não dizemos que amamos quando na verdade não amamos. Quando queremos chorar, simplesmente choramos e se fazemos algo de errado não é por querer e sim porque ninguém ainda nos mostrou o que é certo. Queria voltar a ter essa essência e tornar-me criança outra vez.
  É uma pena que tenhamos que crescer, porque quando crescemos nos esquecemos de detalhes tão pequenos, mas não menos importante, que podem se comparar a tijolinhos que servem para construir quem somos. Quero tornar-me criança outra vez. 
       

Minha irmã Giselle, 
meu pai, eu e minha irmã Mônica.  


 Minha irmã Mônica e eu.

Nessa foto: Eu, minhas irmãs, meu irmão Bruno, minha mãe  e meus sobrinhos.
Família, Amo vocês.