Processo de alfabetização e letramento
Nesta postagem me baseio no texto de Luiz
Carlos Cagliari, e no artigo de Luciana Soares da Silva Garcia para fazer uma
breve reflexão sobre o processo de alfabetização e letramento.
Texto de Luiz Carlos Cagliari:
Em primeiro lugar temos que ter em mente
que a criança nos seus primeiros anos de vida e antes mesmo de ir para a escola
já possui algumas habilidades, como por exemplo, falar. Esse processo se dá
devido ao convívio e a interação da criança com outros indivíduos (que falam).
Ou seja, ao ingressar na escola a criança já trás consigo, em sua fala uma
bagagem cultural, que pode ser vista como algo bom ou ruim, pois dependendo de
seu nível social, cultural etc. a maneira de falar pode ser alvo de discriminação.
O texto de Cagliari nos mostra que ao ir
para a escola, a criança (de origem menos favorecida) começa a achar tudo
difícil, confuso e que sua adaptação acontece de maneira muito difícil. Porém
refletindo sobre esse trecho, abro um parêntese para dizer que infelizmente
para alguns, talvez essa adaptação nunca aconteça, uma vez que a escola ainda
reproduza as ideologias das classes hegemônicas, sendo assim a cultura que será
privilegiada será a dos indivíduos com melhor poder aquisitivo etc. As crianças
(menos favorecidas) vivem em outra realidade e isso se reflete em várias áreas
inclusive linguisticamente falando. Vejo aqui, um longo caminho até chegar a
uma escola que respeite e compreenda a realidade de todos os alunos.
Um outro ponto do texto que achei
interessante, mas discordo é quando o autor declara que o ideal seria
alfabetizar as crianças a partir dos cinco anos (pág. 75). Nesse sentido
concordo com a visão de Suely Amaral quando diz:
...Essa prática de antecipação de escolarização
sustenta-se na ideia de que quanto mais cedo a criança se transformar em
escolar e quanto mais cedo se apropriar da escrita, maiores suas possibilidades
de sucesso na escola e na vida, e maior progresso tecnológico do país. (Melo,
2009, pág. 22)
É lógico que existem muitas
crianças menores de 5 anos que seriam capazes de aprender a ler, porém há que
se respeitar as fases do desenvolvimento infantil.
Artigo de Luciana Soares da Silva Garcia:
Alguns pontos a serem destacados:
Apesar de a alfabetização e o letramento
caminharem juntos, são coisas distintas. Um indivíduo pode ser alfabetizado e
não ser letrado. Ou então ele pode ser letrado e não ser alfabetizado. Uma
pessoa é considerada alfabetizada (segundo o dicionário Aurélio) quando sabe ler e escrever. Porém, é
considerado letrado o indivíduo que consegue responder às demandas sociais da
leitura e da escrita, ou seja, que domina e atua na sociedade em que está
inserido. Sendo assim, o sujeito deve ser alfabetizado e letrado, deve-se
trabalhar os distintos usos da escrita na sociedade.
Como observamos na primeira leitura a
criança já trás de casa algumas habilidades e essas habilidades são frutos de
seu convívio social. No letramento não é diferente, pois antes mesmo da
alfabetização, como citei anteriormente, a criança já interage socialmente. A
criança já possui um determinado conhecimento alcançado de maneira informal. Sendo
assim, a família, (ou àqueles com quem a criança convive) tem um papel muito
importante no processo de alfabetização e letramento, pois é nas relações
sociais nos primeiros anos de vida que a criança ganha certa bagagem cultural.
Os pais podem incentivar seus filhos a
ler, mostrando-lhes receitas de bolos, lendo revistas e jornais. Devem também mostrar
às crianças livros ilustrados e coloridos, pois eles estimulam a curiosidade
das crianças e é por meio das ilustrações que as crianças começam a aprender
algumas palavras e associar as figuras a determinados objetos etc. A leitura
deve fazer parte do cotidiano da família.
Na escola os professores e professoras
podem mostrar as crianças poemas, ler historinhas e pedir para que eles
reproduzam e façam comentários sobre o que mais gostaram. As crianças podem
trazer de casa, jornais esportivos, de moda etc.
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